De uma fusão anunciada para a possível transcendência.

  
Em 15 de agosto de 1946 entrava em operação o ENIAC (Electronic Numerical Integrator Analyzer and Computer), o qual é considerado como o primeiro computador digital eletrônico programável de grande escala; não sendo, entretanto, o primeiro computador, haja vista já existirem antes os computadores eletromecânicos tal qual o MARK I.

Abrindo as fronteiras ilimitadas para a criação dos computadores digitais (programáveis) o ENIAC foi construído entre os anos de 1943 e 1945, durante a Segunda Guerra Mundial; tendo sido concebido com o objetivo principal de realizar cálculos balísticos.

Composto por 17.468 (dezessete mil, quatrocentas e sessenta e oito) válvulas termiônicas (de 160 kW de potência), de 1.500 (mil e quinhentos) relés e uma quantidade enorme de capacitores, resistores, dentre outros componentes, sua capacidade de processamento era de 5.000 (CINCO MIL) operações por segundo (capacidade impensável antes de sua criação, mas facilmente superada pelas calculadoras científicas criadas a partir da década de 70).

O ENIAC era programado por uma equipe de 80 (oitenta) mulheres cuja função constituía em resolver “manualmente” as equações necessárias para os cálculos de balística (o que era conseguido mediante a manipulação de milhares de interruptores que assumiam o valor 0 ou 1 conforme estivessem desligados ou ligados).

Para testar o ENIAC foram escolhidas, dentre cerca duzentas candidatas, seis mulheres (cinco delas matemáticas de formação) para criar um algoritmo e realizar a implementação do mesmo no ENIAC.

Atualmente reconhecemos estas profissionais como as primeiras PROGRAMDORAS (COMPUTADORAS ELETRÔNICAS) da história da INFORMÁTICA; quais sejam: Kathleen "Kay" McNulty Mauchly Antonelli (1921-2006), Betty Jean Jennings (nascida Jean Bartik, 1924-2011), Frances Elizabeth "Betty" Holberton (nascida Frances Elizabeth Snyder, 1917-2001), Marlyn Meltzer (nascida Marlyn Wescoff, 1922-2008), Frances Spence (nascida Frances Bilas, 1922-2012) e Ruth Lichterman Teitelbaum (1924-1986).

“Informatik” (1956), “Informatique” (1962), “Informatika” (1966), INFORMÁTICA. Independentemente do vocábulo originalmente adotado atualmente, no dia 15 de agosto celebramos o DIA DA INFORMÁTICA e alvitramos desenvolvimentos cada vez mais intensificados na correspondente área do saber.

A Informática, de forma muito geral, pode ser definida como a ciência que estuda o processamento automático de informações por intermédio do computador; não sendo lícito confundir Informática com computador haja vista que a Informática existe em decorrência da existência do computador.

Todavia, a Informática é, por muitas vezes, tomada como o conjunto das ciências relacionadas ao armazenamento, transmissão e processamento de informações em meios digitais; ou como o processo de tratamento da informação por meio de máquinas eletrônicas; ou como a ciência que estuda o conjunto de informações e conhecimentos por meios digitais; ou, ainda, como a ciência que estuda o processamento automático de informações por meio do computador (o qual, em particular, ou em última análise, é apenas uma máquina (no sentido estrito do termo)).

Mas, a Informática é entendida, também, como a ciência que funde, em dada medida e em particular grau de complexidade, os conceitos de Matemática e Informação, áreas estas incompletas, incompletáveis e de infindas possibilidades (no sentido de constituírem campos abertos em ampla expansão).

Na associação intrínseca estabelecida entre Matemática, Informação e Máquina Programável estabelecemos, entretanto, os caminhos da “transcendência” nos mais diversos e distintos sentidos os quais o homem vem trilhando incansavelmente.

Que a INFORMÁTICA sempre avance para a melhoria de vida dos humanos.

Carlos Magno Corrêa Dias
15/08/2015